Muito se fala em Goverança de TI, mas o que é isso afinal? Será que em sua organização a governança de TI é boa, ou pelo menos existe?
Sei que tem muita gente com as definições mais complexas possíveis, e não me oponho a esse método, mas que tal simplificarmos? Governança é relativo a governo, a governar. A governança de TI está relacionada com a forma como a TI é governada em uma organização.
No passado a TI, chamada de DPD (Departamento de Processamento de Dados), basicamente fazia só isso mesmo: processar grandes volumes de dados. Com a inundação de micro-computadores na década de 80 o computador ficou mais popular, e o pessoal do então Departamento de Informática, ou área de Informática, como era mais comumente chamado, também fazia o suporte ao usuário.
Na década de 90 as redes de computadores se consolidaram nas empresas, e a Internet chegou para ficar. As organizações começaram a operacionalizar suas atividades com suporte de sistemas cada vez mais integrados, hoje chamados de ERP (Enterprise Resource Planning). Desde então, os negócios das organizações ficaram cada vez mais entremeados por sistemas e soluções de TI e comunicação de dados. Até a área de telefonia foi absorvida por este caldeirão tecnológico chamado TI.
A TI passou a ser elemento importante, muitas vezes fundamental, para o negócio das organizações, e elas passaram a buscar cada vez mais retorno sobre os investimentos (ROI) nessa área. Isto implicava em organizar a TI, estruturar suas ações, medir seus resultados, acompanhar os projetos, etc. Normas surgiram para ajudar nisso.
Então, por isso, a necessidade de governar bem a TI, ou, em outras palavras, ter boa governança em TI. Significa alinhar as ações em TI com a estratégia institucional, garantir o bom andamento dos projetos e os retornos sobre os investimentos, garantir a qualidade dos serviços prestados para a organização e eventualmente seus clientes, desenvolver mecanismos de melhoria contínua dos processos de TI, compreender e modelar os processos organizacionais, fazer boa gestão dos fornecedores, estabelecer e cumprir acordos de nível de serviço, garantir a segurança da informação, e a lista não para por aí.
Nota-se claramente que, neste novo ambiente, a lendária figura do gênio trancado por dias a fio em uma sala cheia de computadores, dá lugar a um profissional equilibrado, com visão do negócio, com competências em gestão estratégica e compreensão de risco. Talvez isso seja menos romântico, mas estamos falando de um executivo de TI. E com a tendência de integração cada vez maior entre negócio e TI, o líder da TI tenderá a ser cada vez mais um executivo de TI.
Até mesmo no governo, apesar de todas as visões ideológicas que possa haver, se busca uma profissionalização com viés executivo. A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do Ministério do Planejamento, órgão líder do processo de organização da TI no Governo Federal, deixa isso claro em sua Estratégia Geral de TI (EGTI). Segundo essa estratégia, os órgãos devem focar na gestão da TI com seus quadros internos, e deixar os serviços mais técnicos para contratos a terceiros, elaborados e geridos por seus quadros (de gestão de TI, é claro). Isso implica em requalificação de todo esse pessoal de TI do governo, o que também está previsto na EGTI.
E por falar nisso, a CECIERJ, um consórcio do Governo Estadual do Rio de Janeiro, composto pela UERJ, UENF, UNIRIO, UFRJ, UFF e UFRRJ, está oferecendo um interessante curso à distância de Governança em TI. O Curso aborda ITIL, em suas duas versões, COBIT, outros modelos de governança, gestão de projetos em governança, conceitos, entre outros temas.
As inscrições serão aceitas entre 4 de janeiro e 3 de fevereiro, exclusivamente via Internet. Vale a pena conferir: http://www.cederj.edu.br/extensao/cursos/edital.htm.
Um abraço.
André Campos
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