domingo, 26 de dezembro de 2010

BPMN 2.0. E agora?

Recentemente conduzi um grupo de pesquisa sobre notações para modelagem de processos de trabalho. Analisamos as mais utilizadas notações, segundo quadrante mágico do Gartner Group. Além dos aspectos técnicos que foram profundamente analisados, fizemos entrevistas com mais de 50 usuários finais.

Depois de todo o trabalho concluímos que duas notações ficaram praticamente empatadas: 1) ARIS, e 2) BPMN. Agora foi lançada, recentemente, a versão 2.0 do BPMN, com avanços que n.

Essa nova versão do BMPN representa algumas vantagens que simplesmente fazem toda a diferença do mundo. É importante destacá-las:

1 - É mais do que apenas um conjunto de desenhos que se interconectam, ou seja, é mais do que um simples fluxograma. De fato, por trás de cada um dos objetos do BPMN há uma definição formal em XML, o que garante a padronização, a clareza e a completude da notação.

2 - Graças a essa representação formal, é possível construir os processos com representação visual, de maneira muito intuitiva, mas com a possibilidade de leitura por máquina, ou por motores de execução de processos. Em outras palavras, é possível executar os processos construídos em BPMN.

3 - Apesar disso, no entanto, a representação visual é clara e completa o suficiente para permitir a modelagem dos mais diversos processos, como são os processos de negócio ou os processos de desenvolvimento de software, por exemplo.

4 - É um padrão OMG, e isso quer dizer muita coisa. Quer dizer, por exemplo, integração com outros modelos mantidos pela OMG, como, por exemplo, UML, XMI, MOF, e SPEM, só para citar alguns entre as dezenas de especificações formais mantidas pela OMG. Isso também quer dizer que o que é produzido em BPMN tem muito maior possibilidade de migrar entre ferramentas de diversos fornecedores, tanto de modelagem, quanto de análise e de execução de processos.

Sob a luz de todos esses aspectos, penso que BMPN é um modelo aberto, com maior tendência de adoção por fornecedores de ferramentas de processos, e que já conta com apoiadores peso pesados, como IBM, Oracle, SAP AG, TIBCO e Unisys. Além disso, já foi implementado por soluções abertas e muito relevantes, como em plugins para a plataforma Eclipse (http://www.eclipse.org/bpmn/#). E com ferramentas gratuitas muito poderosas e intuitivas, como o BizAgi Modeler e o BizAgi BPM Suite (http://www.bizagi.com).

Ainda, praticamente todos os fornecedores de software para gestão de processos já implementam total ou parcialmente o modelo BPMN 2.0, até mesmo a IDS Sheer, criadora e mantenedora do modelo ARIS.

Bem, nesse momento e considerando a estrada já percorrida pelo BPMN em sua versão anterior e o apoio que surge de todos os lados para o BPMN 2.0, não pensaria em adotar nada diferente para modelar, analisar e executar processos.

2 comentários:

  1. olá, esse foi o artigo mais esclarecedor sobre o bmpn 2.0 que vi ate agora!
    voce pode me explicar melhor esta parte: "é possível executar os processos construídos em BPMN."
    executar como? no que?

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  2. Agradeço seu interesse e seu comentário. Vou publicar mais sobre esse tema por aqui. Mas deixe-me tentar responder à sua pergunta: o BPMN armazena suas informações de maneira formal, ou seja, utilizando um modelo ontológico, ou meta modelo. Isto pode ser observador por se exportar seu modelo visual para o formato XPDL (muitas ferramentas permitem isso, inclusive o BizAgi). Se abir o XPDL notará que é um XML, que pode ser interpretado por máquinas de workflow. Assim, você pode desenhar um modelo com um determinado nível de detalhes, e exportar este modelo para uma máquina de execução. Esta máquina executará seu modelo, em ambiente WEB, por exemplo, através de formulários e outras ferramentas que serão apresentadas ao usuário.

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